terça-feira, novembro 11, 2008

Eis a questão


É deste modo que faço. Sem lembrar o que foi registrado às páginas atrás, tenho a semelhança de um camaleão. Mudo constantemente e o antes já não me faz parte.

Hora penso de uma forma até que num piscar, por um motivo qualquer, já não sou mais àquela cor vista há minutos atrás. Me pergunto, por ser assim, até onde chegará a minha flexibilidade, já que meu orgulho falha nas horas mais precisas.

O que seria certo, afinal? Se acometer à resistência do valor próprio ou apagar da memória não levando em conta a ignorância dos egocêntricos?

domingo, setembro 21, 2008

Política midiatizada e mídia politizada: Fronteiras mitigadas na pós-modernidade


Na era da imagem, não se deve deixar de observar o fenômeno da “espetacularização” dos fatos que constituem a nossa realidade. Há de se acrescentar que tal ocorrência é possível e se dá na mídia, facilitada em parte pelo avanço das tecnologias nos meios de comunicação, e limitada pelo modelo capitalista.

Não é de se estranhar que o discurso político se amolde a esse paradigma. Mais do que isso, as fronteiras entre a mídia e a política se atenuam à medida que uma vai se apropriando dos recursos e instrumentos da outra, também das técnicas publicitárias que são exploradas com total "glamour". É evidente que a politização da sociedade contribuiu para essa relação, na qual a mídia se aprimorou de uma suposta verdade e/ou possuiu o poder de reveladora dos segredos políticos. A mídia também oferece ao político o espaço necessário para a concretização dos enunciados, e para a “espetacularização” do ato político, encarnado nos meios de comunicação.

Pode-se presumir que é estratégia adotada pelo governo o fato da imprensa mostrar uma possível "guerra" entre ambas, que tem priorizado o marketing político e o apelo “popularesco”, com ênfase ao meio televisivo. Não que esse diálogo não exista, mas a sua realização se dá de maneira voltada aos interesses prementes e através dos interlocutores apropriados a cada momento e tendo na figura presidencial o seu principal autor.

A mídia, por sua vez, também erra o foco quando se deixa seduzir por subterfúgios, quando se atém a interesses menores, quando se prende aos aspectos puramente espetaculares dos acontecimentos, deixando de cumprir o seu papel reflexivo, na busca por novas formas de interlocução. Demonstra muitas vezes mais preconceito do que senso crítico, agarrando-se a escorregadelas da fala presidencial ou a normas de etiquetas.

Assim, a imagem do poder que se impõe através da imprensa é a mesma que se deixa captar e/ou capturar nessa proximidade longínqua, é a do orador que fala, cada vez mais, a linguagem televisiva com todos os riscos ou avanços que isso possa representar à democracia, embora signifique por outro lado o fim da eloqüência tradicional e a ascensão da comunicação.

domingo, agosto 10, 2008

Tudo de novo

Lembro de quando sonhar era quase que real. Levava o desejo rumo a estratégias onde o entusiasmo era o ponto para conseguir o que queria. Às vezes dava certo, mas quando resultava o contrário, a frustração era impasse para reverter o quadro. Mesmo assim, toda aquela vontade e euforia levava sempre a um resultado positivo. E quando conseguia atingir ao ponto idealizado, me perdia no nada junto a insegurança de não saber qual caminho seguir com tantos a escolher. A pergunta sempre permanecia, desde o início: o que fazer daqui para frente?

A pergunta permanece até hoje e o sonhar já não tem tanto tesão como no início. O efêmero passou a fazer parte da vida, já não acredito no “pra sempre”, porque o “pra sempre, sempre acaba”, quando menos se espera. E mesmo que a vontade de voar mais alto seja incessante, a certeza de que toda história se repetirá me faz voltar os pés ao chão e seguir da maneira como está...

quinta-feira, julho 17, 2008

Feriado para poucos

O cheiro do feriado é sempre bom. Hoje acordei com a sensação de feriado, é aniversário de Volta Redonda recheado a show de Zeca Baleiro. Independente de nacional, mundial, municipal, estadual, o nome já diz: FERIADO. Data em que as pessoas tiram para se desligar de toda rotina do dia-a-dia e extravasar. Aliás, o brasileiro entende bem disso. O Brasil é o país dos feriados.

Apesar de feriado ser lenda na vida de um jornalista, uma das características do profissional que se preze é ter esperança. Esperança de que dê uma louca na chefia e decrete feriado. Pronto. Sem notícias, só por um dia.

De repente, em fração de segundos, me alertei que já era 6:20h e se eu não desse um pulo da cama, não chegaria a Resende às 8h. Os termômetros marcavam, em média, 10°, e enfrentar o chuveiro não era uma das minhas preferências naquele momento. Na verdade, a minha maior vontade era continuar na cama até que o sol viesse, abrisse aquela Brahma para contemplar o raiar do dia em clima de festa e comemoração (que, de fato, é mais importante do que a data de emancipação em si).

Entrei no carro e liguei o som. Geralmente, pela manhã, escuto a rádio AM pra ficar por dentro das notícias ou o Dário de Paula, na 88,3 FM (quem mora em Volta Redonda, conhece). Mas... Hoje? Quer saber? Aquele “Dub nosso, que Jah a cada dia nos dai hoje” serviu como trilha sonora para que o sol apresentasse seu espetáculo. E, mais tarde, o grande Zeca, que não é o “Pagodinho”, representará - claro que com estilo - a lua.